14 de out. de 2009

BLOGUEIROS RESPONDEM MAIS COMENTÁRIOS NA ENTREVISTA "CICLOVIAS LEVAM DE NENHUM LUGAR ATÉ LUGAR NENHUM"

SOS São Paulo - A cidade em nossas mãos

E lá vamos nós, novamente, responder mais alguns comentários dos internautas na entrevista concedida pelo cicloativista Genivaldo Gonçalves, o Vado. Estamos adorando a repercussão desse pingue-pongue, aprendendo muito , e os comentários mostram o quanto a questão do ciclista na cidade é importante.

1) Willian Cruz disse...

Pena insistirem que são erros ''a categoria acima citada''. Há ciclistas atletas que também fazem bobagem no trânsito. Há ciclistas em barraforte levando a marmita que também pedalam direito. Não se pode generalizar. De certa forma, é preconceito contra o ciclista que pedala de calça jeans e sem capacete, não podemos estimular isso.

Além do mais, se eu estivesse carregando um botijão de gás na bicicleta, muitas vezes iria preferir pedalar uma quadra na contramão do que dar uma volta de 500 metros. Isso é mais comum do que pode parecer.

As mãos das vias foram pensadas para o fluxo motorizado e muitas vezes são bastante prejudiciais para o ciclista. Por exemplo, para quem sobe da Aclimação para a Paulista tem que fazer uma conversão proibida na Vergueiro, pouco abaixo do Centro Cultural. Por que? Porque se não o fizer, tem que dar uma volta bem grande e SUBIR A RUA DO PARAÍSO! Não é qualquer ciclista que consegue subir aquela rua. Naquele lugar, eu SEMPRE faço a conversão proibida, que me poupa os tais 500 metros com uma ladeira matadora. Não dá, né?

Não nego que haja excessos, mas eles não são só da tal caetgoria acima citada. Já vi muito ciclista de capacete, bermuda de ciclismo e sapatilha pedalando na contramão onde realmente não precisa. Ou pedalando na calçada em alta velocidade, correndo o risco de atropelar um idoso ou uma criança saindo de alguma casa. Culpa da categoria ou culpa exclusiva do sem noção que faz isso?

No mais, parabéns por abordar o assunto. E Armando, você precisa aprender a dialogar e prestar mais atenção no que lê, porque você realmente não entendeu o que o André quis dizer.

Abraços.

13 de Outubro de 2009 19:24

Resposta do São Paulo Urgente:
Caro Willian Cruz,

Sobre a polêmica criada pelo termo "ciclista-trabalhador", questionamos você e outros comentaristas: como vocês preferem que sejam chamados os tais ciclistas? "Ciclista-carregador", "ciclista-entregador", "ciclista-cargueiro" ou o quê? Como identificar essa "categoria" de ciclistas que, na verdade, em muitos casos, só usa a bike porque o trabalho obriga, e não por opção?

Reafirmamos que não há qualquer preconceito nosso em relação a esses ciclistas, nem qualquer generalisação. Fizemos apenas uma pergunta. Porém, moramos no centro e vemos diariamente abusos de todo tipo cometidos por essas pessoas. Por que os erros deles deveriam ser esquecidos?

Quanto à questão do respeito ou não à mão de direção, achamos ótimas suas observações. Realmente não se pode comparar a facilidade de um acesso para os motoristas se para os ciclistas é bem diferente - aí mais se tiver carregando botijão de gás!. Taí um bom questionamento: e o que você e seus colegas ciclistas sugerem para facilitar a circulação? Ciclovias por toda cidade não teremos tão cedo, mas certamente vocês pensam em outras alternativas. Fiquem à vontade para compartilhá-las aqui.

Também agradecemos seus esclarecimentos ao ciclista Luis Antonio de Castro. Para responder às dúvidas deles, nós realmente iríamos pedir a ajuda de vocês. Nós não somos ciclistas e por isso os comentários e todo esse debate são tão importantes para nós. Assim, também descobrimos outros pontos de vida, já que não somos ciclistas.

2) Andre Pasqualini disse...

Essa coisa de blog com moderação é um saco. A gente acaba escrevendo uns 3 comentários sendo que poderia escrever apenas um, caso conseguisse enxergar todos os comentários presos. Porque não liberam logo de uma vez e só excluam os que forem spans? Isso só prejudica o debate.

Mais uma vez, não estou aqui questionando a entrevista do Vado e sim os grifos tendenciosos por parte da entrevistadora.

Já cometi esse erro de achar que algumas "categorias" de ciclistas queimavam nosso filme, mas hoje me dedico a estudar o movimento ciclistico e os ciclistas, aí vejo o absurdo que cometemos quando nós mesmos depreciamos essa categoria de ciclistas que faz parte da maioria.

Vejam esse vídeo que eu fiz para a palestra aos motoristas de ônibus de São Paulo, no vídeo mostrei o comportamento de alguns ciclistas e dá pra entender os motivos que os levam a cometer infrações de trânsito.

http://www.youtube.com/watch?v=zA9as97HsJ4 (parte 1)

http://www.youtube.com/watch?v=rZQpIbH2KDk (parte 2)

Desrespeito no trânsito por parte dos ciclistas não vem de apenas essa ou aquela categoria. No final de semana passado um amigo meu, também ciclista, mas que estava a pé relatou o seguinte fato:

Estava caminhando perto de casa hoje e ao atravessar a av. henrique schauman na faixa de pedestre (com o farol verde para o pedestre) vinham 3 pessoas de bicicleta (todos bem vestidos, aparentemente indo pro pq. ibirapuera). Os 3 furaram a faixa e fingiram que eu não estava ali, se eu não desviasse a mulher do grupo teria batido com a bicicleta em mim (o farol estava vermelho para eles, portanto assim que passaram a faixa eles pararam).

Eu falei em voz alta: 'Faixa de pedestre, pra que?'.

Um dos caras do grupo, um tanto mais velho, depois que eu tinha atravessado gritou pra mim: "É, no código a bicicleta é igual pedestre!" e ainda fez comentários sobre eu ser "sedentário".

Veja só, provavelmente essas são pessoas que só usam a bicicleta no final de semana, devem ser motoristas usuais e que desconhecem as leis de trânsito.

Que eu devo fazer? Condena-los da mesma maneira que os ciclistas trabalhadores foram condenados nessa matéria?

14 de Outubro de 2009 11:36

Resposta do São Paulo Urgente:
Caro André Pasqualini,

A moderação de comentários é necessária porque, infelizmente, além de spam, recebemos outros conteúdos impróprios. A moderação existe para respeitar o próprio leitor. Normalmente, os comentários são liberados pouco depois da postagem. Isso não atrapalha o debate porque, no caso da entrevista com o Vado, tudo, tudo foi liberado. E veja que belo debate!

Para você, vale o mesmo questionamento que fizemos acima: como vocês preferem que sejam chamados os tais ciclistas? "Ciclista-carregador", "ciclista-entregador", "ciclista-cargueiro" ou o quê? Como identificar essa "categoria" de ciclistas que, na verdade, em muitos casos, só usa a bike porque o trabalho obriga, e não por opção?

Nosso termo não tem nada a ver com preconceito ou depreciação. É um meio para o leitor identifique claramente o ciclista ao qual nos referismos - um tipo específico, e bem diferente daqueles que pedalam à noite, nos fins de semana, ou em cicloviagens. Em nenhum momento o "ciclista trabalhador" foi "condenado". Apenas alertamos para os erros cometidos por esses ciclistas. E por que não deveríamos apontar esses erros?

3) Caparica disse...

"Temos todo o direito de fazermos o grifo, sim, uma vez que isso não altera o que foi dito pelo entrevistado."

Perdão... Mas, como designer gráfico, esta afirmação não poderia me parecer mais infeliz. Grifos ou ênfases [negrito, itálico e outros] direcionam o leitor a um determinado entendimento de contexto.

Se a ênfase não era originária da fala do entrevistado, é questionável sua posterior inclusão.

Sobre Capacetes e equipamento de segurança... Cá em Recife, pedalo - "seriamente" - há pouquíssimo tempo [3 meses]. Mas é possível perceber no comportamento (e no discurso) das pessoas que o "Respeito no trânsito" para com o ciclísta que veste [capacete, principalmente] toda a indumentária é maior do que para com o ciclista que não o faz.

Sad, But true... Mas este "argumento" já deveria ser mais que o suficiente para reforçar a idéia de que "é mais prudente" utilizar toda a indumentária...

14 de Outubro de 2009 16:11

Resposta do São Paulo Urgente:
Caro Caparica

Desculpe-nos, mas temos, sim, o direito de usarmos o grifo nas entrevistas. Isso não muda, de forma alguma, a declaração do entrevistado. É um recurso do jornalismo que não desrespeita nem o entrevistado, nem o leitor. E mais: o grifo tem aprovação do entrevistado.

Que mal há em destacarmos os "os benefícios da boa convivência entre ciclistas, pedestres e motoristas", como afirmou o Vado? Acreditamos que alguns leitores estão caçando "pêlo em ovo" nesses grifos. Releiam o conteúdo!

Agradecemos por nos informar a situação aí em Recife, e por reforçar a importância do uso do capacete - por segurança, ou para conquistar mais atenção dos motoristas.

2 comentários:

  1. Na Europa as cidades sao seculares, milenares e vemos aquelas vielas onde nao passam carros pois foram criadas (as cidades, os feudos) para as pessoas. Depois do Henry Ford, as cidades deixaram de ser humanas e passaram a ser para os carros. A calcada eh um local de fuga e nao de passeio (calcada vide passeio publico - nao?).
    Aqui no Japao tambem ha cidades humanas, mas as metropoles e as cidades medio porte sao para os automoveis.
    No entanto, por causa da falta de espaco, mais de 50% das ruas (mesmo em Tokyo) nao tem calcadas!
    A minha rua nao tem calcada. Para tal proeza urbana e convivencia pacifica entre pessoas, bicicletas e automotores, criaram leis severas e que sao aplicadas na ponta do lapis.
    A prioridade eh humana. Depois vem a bicicleta, depois a moto e por ultimo, o carro.
    Se um carro atropelar um ciclista, independente dele estar certo ou errado, a culpa eh do motorista porque a prioridade eh humanizar e nao automotorizar. Alem do fato de que o numero de bicicletas eh enorme, os estudantes (90%) vao de bike para a escola e voltam. No verao aumenta o numero de ciclistas.
    Claro que ha uma coerencia na lei. Se o ciclista se jogar na frente do motorista intencionalmente, ele vai preso, claro.
    Ah, aqui vamos presos. Nao ha impunidade. O lance nao eh criar ciclovia ou isso ou aquilo. Eh aplicar a lei. E so.

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  2. Visitem o blog da mobilidade sustentável: http://blogmobilidadesustentavel.blogspot.com

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