Povos de São Paulo, tribos do mundo
Por Nei Ken iti Schimada
O Gladstone e eu somos dois paulistanos que sempre tivemos um sonho em comum que é nos tornarmos gigantes. Não no sentido da fama e grana, dos carrões e ocios, mas no sentido de grandeza física, godzilica, ultramanica, jurássica. Os carrões e ocios podem vir, mas não são sonhos tão sonhos.
A gente quer ser grande pra poder abraçar São Paulo todinha de uma só vez. Acalentar, do Grajaú a Itaquera, a mesma canção de mãe & pai para acalmar rebento em crise, choro, lágrimas.
São Paulo é uma cidade chorona. Reclamona. Ranzinza. Tem seus motivos. Mas tem, sob esse manto quatrocentista de crescimento desvairado, amores e locais cheios de graça incomparável.
Por exemplo, os colibris da Praca da Luz, ao lado do Museu da Lingua Portuguesa - só são interessantes porque lá estão. Para entender isso, é preciso saber onde está a Praça da Luz.
A Praça da Luz está localizada na Avenida Tiradentes, via de acesso a Zona Norte, a Marginal do Tietê, Rodoviaria, Via Dutra, Castelo Branco, Anhanguera, Fernão Dias e Trabalhadores. Enquanto o Rodoanel não ficar pronto, é por aí que passam todos os caminhões que vão do interior paulista ao litoral, da lavoura ao cais do porto. Por isso, a Praça da Luz ter colibris só pode ser sacramentado e louvado em São Paulo.
E na Praça da Luz tem a Pinacoteca do Estado, cujo acervo é maravilhoso.
Pois bem, o Gladstone e sua esposa Flaviana montaram um blog de gigantes. Eles querem abraçar a cidade e mostrar o quanto a amam. E eu torço pelo sucesso da empreitada e faço ciranda nesse abraco bandeirante.
Nei Ken iti Schimada é nipobrasileiro, paulistano, ex-morador da região central, hoje vivendo em Hamamatsu shi - Japão.
"Feliz aniversário, minha terra" foi publicado no blog "A estrovenga dos corsários efêmeros"