16 de nov. de 2009

CENTRO DE MEMÓRIA DO CIRCO É INAUGURADO NA GALERIA OLIDO

Notícia da Secretaria Municipal de Cultura
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Antiga tradição circense do Largo do Paissandu é recuperada por meio da inauguração do espaço com foco na pesquisa e reverência ao circo como expressão artística

Em julho do ano passado, a Galeria Olido abrigou a exposição Largo do Paissandu – onde o circo se encontra que trazia painéis, vídeos com depoimentos de artistas circenses e mais de 120 fotografias que recuperavam a memória do Largo do Paissandu como ponto de encontro de artistas da categoria na década de 1920.

Na ocasião, a mostra foi considerada uma espécie de contagem regressiva para a abertura do Centro de Memória do Circo, que acontece no dia 16 deste mês. O local deve funcionar como um espaço permanente de reverência e pesquisa sobre a arte circense com acervo fotográfico e multimídia. Seu acervo inicial é proveniente de companhias e famílias circenses, com destaque para os arquivos do Circo Nerino (1913-1964) e do Circo Garcia (1928-2003).

A vocação da região foi acentuada no início do século seguinte, quando o Café dos Artistas, encontro entre artistas e empresários circenses, para lá se transferiu. Mas, foi nos anos 1920 que o circo marcaria definitivamente a história do lugar com as temporadas ali realizadas pelos Irmãos Queirolo, Alcebíades e Seyssel, que tinham como atração principal o palhaço Piolin (Abelardo Pinto-1897/1973), que conquistou a cidade, inclusive os artistas e intelectuais modernistas, entre eles Mário de Andrade, que passaram a escrever constantemente sobre ele, assim colaborando para perpetuar a sua fama. 

‘Dia 30 vamos lançar a pesquisa do Circo Garcia. Trata-se de uma extensa coleção da qual temos vídeo, fotografias, hemeroteca e até a sanfona da diretora da companhia, Andréa Françoise Carola, a primeira dama do circo brasileiro’, conta Verônica Tamaoki, coordenadora do novo espaço.

A programação de abertura contará com uma série de encontros que abordam desde o circo como patrimônio cultural brasileiro a questão da proibição do uso de animais nas apresentações. Esse tipo de encontro com pessoas que são referência no segmento e novos representantes dessa arte dará a tônica ao novo espaço que é o único na cidade dedicado exclusivamente ao circo, sua documentação e expressão artística.

Além do Centro de Memória, a Secretaria de Cultura tem projeto de inaugurar o Circo Escola Piolin, também na região do Largo do Paissandu, com projeto do arquiteto Marcos Cartum. Dia 18, às 15h, o tema será discutido numa mesa com a presença de Cartum e Zézo de Oliveira, diretor da Escola Nacional de Circo do Rio de Janeiro, instituição criada em 1982 e mantida pelo Ministério da Cultura. Assim como o projeto carioca, implantado na Praça da Bandeira, a escola paulistana também será instalada num antigo reduto de arte circense.

Veja a programação:

ABERTURA DO CENTRO DE MEMÓRIA DO CIRCO
Galeria Olido. Centro. De 16 a 30. Grátis.
INAUGURAÇÃO
Dia 16, 18h.

CIRCO: PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO
Debate entre Carlos Augusto Calil (secretário municipal de Cultura), Walter Pires (diretor do Departamento do Patrimônio Histórico da SMC) e Alice Viveiros de Castro (representante do circo no Conselho Nacional de Cultura).
Dia 17, 10h.

CIRCO E ANIMAIS
Debate entre Marlene Querubim (vice-presidenta da União Brasileira de Circos Itinerantes), Gilberto Miranda (especialista em comportamento animal) e Marcos Teixeira (coordenador de circo da Funarte).
Dia 17, 15h.

GESTÃO
Debate entre Hugo Possolo (grupo Parlapatões, Patifes & Paspalhões e Circo Roda Brasil), João Carlos Artigos (Encontro Internacional de Palhaços Anjos do Picadeiro), José Amiltom França Pereira Júnior – palhaço Tubinho (Circo de Teatro Tubinho) e José Mauro Gnaspini (Virada Cultural e Festival Municipal de Circo).
Dia 18, 10h.

ESCOLAS DE CIRCO
Debate entre Marcos Cartum (arquiteto responsável pela concepção do projeto Circo Escola Piolim), Mário Fernando Bolognesi (professor e pesquisador em circo), Ermínia Silva (doutora em história e sexta geração circense) e Zézo de Oliveira (diretor da Escola Nacional do Rio de Janeiro).
Dia 18, 15h.

CAFÉ DOS ARTISTAS
DEPOIMENTO: A MULHER DO CIRCO
A artista circense Amercy Marrocos será entrevistada por Marlene Querubim (proprietária e diretora do Circo Spacial), Bel Toledo (presidenta da Cooperativa Paulista de Circo) e Mônica Allan (acrobata do grupo Ares).
Dia 23, 14h.

AULA-ESPETÁCULO: CIRCO NERINO
Com Roger Avanzi e Verônica Tamaoki.
Dia 23, 16h.

PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL
Debate entre Cláudia Vasques (coordenadora de registro do Departamento do Patrimônio Imaterial do Iphan) e Simone Toji (Iphan-SP).
Dia 25, 16h.

CAFÉ DOS ARTISTAS
HOMENAGEM A ARTISTAS E FAMILIARES DO CIRCO GARCIA
 
Dia 30, 14h.

LANÇAMENTO DA PESQUISA CIRCO GARCIA
Dia 30, 16h”.
Fonte: Secretaria Municipal de Cultura

Um comentário:

  1. Ariel Garcia Fernandes Reis10 de outubro de 2011 às 01:45

    meu nome é Ariel Garcia Fernandes Reis, filha do palhaço Figurinha, sobrinha do palhaço Picolino e neta do palhaço Piolim,pertenço às famílias dos 3 circos, gostaria imensamente que quando comentassem sobre meu avô Piolim falassem do seu talento como artista, como intelectual, pois pertenceu a Academia de Letras de Ribeirão Preto, tinha peças escritas com Oswald de Andrade e Carlos Drumond de Andrade e também o seu maravilhoso lado filantrópico.Por favor, ele não morreu na miséria, apenas foi uma reportagem feita em seu camarim montado ao lado de uma de suas casas no bairro da Freguesia do Ó com 50(cinquenta metros de frente)era só uma lembrança do seu circo, não morava lá. Morava com sua esposa na Lapa SP, ela era secretária do Presidente da Santa Casa de SP, ele tinha ganho próprio pois foi ativo até morrer, ela cuidava muito bem dele. Faleceu numa clínica particular rodeado de seus filhos e netos todos muito bem colocados, por favor tirem de alguma forma este estigma de miséria que muito nos entristece. Grata Ariel

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