…disse Hugo Possolo, do Espaço Parlapatões, na homenagem que foi bem ao estilo Bortolotto.
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Mais de 400 pessoas se reuniram neste domingo no ato em homenagem ao diretor Mario Bortolotto. O dramaturgo paranaense foi vítima de uma tentativa de assalto na Pça. Roosevelt, na madrugada de sábado (05/12), e levou dois tiros.
A homenagem foi bem ao estilo Bortolotto. No palco do Espaço Parlapatões, colegas leram trechos de peças, poesias, cantaram e interpretaram personagens criadas peo dramaturgo. Teve até stand-up comedy.
“A arte não vai ceder à escuridão”, disse Hugo Possolo (foto), diretor do espaço. “Fomos vítimas de uma violência que pode acontecer numa casa da zona sul, numa casa de periferia, que pode acontecer com qualquer um de nós”, destacou.
Possolo é um dos engajados no resgate da Praça Roosevelt por meio da arte, movimento que ganhou força com o surgimento de vários espaços teatrais e bares na região. Acostumado às comédias que interpreta no grupo Parlapatões, Possolo frizou: “Quando é uma tragédia real como esta, não podemos recuar. Não podemos deixar que a sociedade acredite que aqui é um lugar violento. Aqui deixou de ser violento pela presença da arte e da vida boemia”.
Preocupado com a valorização da praça Roosevelt, Possolo declarou: “Não podemos ceder ao julgamento externo de este é um lugar escuro. Aqui é o lugar da graça, da alegria, da anima”, O diretor do Espaço Parlapatões também rebateu às críticas sobre a reação de Bortolotto. “Muita gente quer culpar o Mário por ter reagido. A reação humana não pode ser julgada”.
“Atire no dramaturgo” é o blog de Bortolotto
Mário Bortolotto já passou por várias cirurgias e continua internado em estado grave na Santa Casa de São Paulo. Por pura ironia do destino, Bortolotto tem um blog chamado "Atire no Dramaturgo”.
Era autor e diretor de “Brutal – Gente vazia pode ser muito perigosa”, espetáculo em cartaz num dos teatros da praça Roosevelt. No blog, o post mais recente, publicado em 4 de dezembro, tem como título “A dificuldade de ir até a esquina e esse esgoto de passport por inferno”. Leiam a íntegra abaixo:
“Entendam que é difícil pra mim. O telefone toca, mas eu não quero levantar. Deixei "Stranded" do Van Morrison no repeat. Tem uma igreja medieval em cima da minha barriga e algumas orações que aprendi com meus avós na minha cabeça, mas parece que elas não me valem nada. Ainda sinto o gosto do Passport pro inferno. Preciso parar de ir pro Estrela da Roosevelt (o último refúgio que nem sempre nos recebe muito bem). Vou jantar com o Lobo e com a Mariana. Bons presságios. Acho que vou ganhar um Jameson hoje. Um Green Label na minha casa e eu bebendo Passport pro inferno. Eu voltei pro bar hoje. Eu sempre volto pro bar. Os amigos não acreditam quando me vêem entrando pela porta, de novo. Noite boa a de ontem. Grande show.
Divertido pra caralho. Emocionante quando tinha que ser e divertido na hora certa. Os amigos se divertindo na platéia. E eu voltei pro bar. Quando ninguém mais acreditava que eu pudesse voltar. Eu tinha tudo pra não voltar, né? Mas eu sempre volto. Hoje recebo mensagens de outros amigos. Mas não quero levantar. Já ouviram "This love of mine" do Van Morrison?” (grifos de Bortolotto).
Acesse também:
ASSISTA VÍDEO DO ATO CONTRA VIOLÊNCIA NA PRAÇA ROOSEVELT
ESTE É O SUSPEITO DE ATIRAR EM MÁRIO BORTOLOTTO
Fotos do ato em homenagem a Mario Bortolotto, no Espaço Parlapatões (Pça. Roosevelt)
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Texto e fotos de Flaviana Serafim
É com muita tristeza que recebo a notícia do quem acontecendo ao Mario Bortolotto, uma trágica realidade. No teatro, a gente imita a realidade...é cruel saber que o Mario Bortolotto foi atingido por essa mediocridade de violência sem limites em São Paulo.
ResponderExcluirEspero que o Mario se recupere de tudo isto..amiga da França,
Gilvânia Rodrigues-Reau
STOP VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO!
ResponderExcluirAcho que sempre se deve citar, além do nome da peça "Brutal" o subtítulo "GENTE VAZIA PODE SER MUITO PERIGOSA", caso contrário o título fica fora do contexto, não acham?
ResponderExcluirFiquei no suspenso desde o ocorrido, hoje já respiro e vou até tomar as que venho adiando de tanto querer saber notícias, ou seja, enquanto Mário consegue ficar on quando de porre, eu sumo geral.
Como me considero amiga, agradeço todo o apoio dos paulistanos a este sempre grande dramaturgo.
Iza Pyjak