SOS São Paulo – A cidade em nossas mãos
Por Flaviana Serafim e Gladstone Barreto
A UNIBAN revogou a expulsão de Geisy Arruda. Antes tarde do que nunca, algum representante da faculdade – no caso, o reitor Heitor Pinto – percebeu que insistir neste banimento seria mais um tiro no pé.
Porém, não podemos ser ingênuos para classificar a revogação com um ato de “bondade”, ou reflexão e compreensão por parte da universidade. Também não foram os belos olhos de Geisy que pesaram na decisão.
O que pesou mesmo foi, antes de mais nada, a questão econômica. Afinal, quantos alunos pensaram – ou ainda pensam – em deixar a UNIBAN? E quantos candidatos já desistiram de ingressar na faculdade no próximo ano? Se nossas filhas estudassem num lugar assim, faríamos a transferência delas imediatamente.
A grana pesou na primeira decisão da UNIBAN. Afinal, transformar a Geisy em “Geni” era mais fácil do que expulsar centenas de alunos, não? Então, sobrou “atitude” só para a Geisy, e “complacência” para os psicopatas-estudantes em processo histérico-catártico que atacaram a jovem.
A expulsão só deixou claríssimo que, para a direção da instituição de ensino, que se dane a experiência vivida pela jovem de 20 anos. O que importa é não perder as muitas cabeças (algumas nada pensantes), que pagam mensalidades a partir de R$ 199,00.
A grana pesou novamente na revogação do banimento. Já admitindo os valores que desembolsará para indenizar Geisy Arruda, a direção da faculdade optou: dos males, os de menor preço, uma vez que, finalmente, perceberam o verdadeiro êxodo estudantil que a expulsão provocaria. E nem pensar mais grana indo embora da UNIBAN.
A pressão da mídia nacional e internacional, do próprio Ministério da Educação, dos movimentos feministas, sociais, estudantis e sindicais que, maciçamente, apoiaram Geisy, ficou em último lugar entre os motivos que levaram a revogação da expulsão. Certamente, a opinião de todas essas pessoas pouco importa para UNIBAN. Mas o prejuízo que tanto falatório provoca…ah! Este, sim, é considerado grave.
Deve ser por isso que a faculdade perdeu a ótima oportunidade “de contribuir para um debate sério e equilibrado sobre temais fundamentais como ética, juventude e universidade”. Perdeu a oportunidade de refletir sobre o caso com seus alunos, de dialogar, debater abertamente tudo o que aconteceu e receber Geisy de volta sem mais falação. A UNIBAN perdeu a oportunidade de mostrar que merece ser chamada de “instituição de ensino”.
Para além do machismo, da violência, da barbárie e da tortura em praça em pública (que são elementos pra lá de suficientes para fomentar muita discussão), precisamos discutir outros pontos: o precedente que o caso de Geisy abre para o apedrejamento de outras mulheres, e o papel das universidantes – estas, são espaços de formação, ou deformação?
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Saiba mais: o caso de Geisy Arruda na mídia internacional
A Pakinstan News
Associated Content
Associated Press
CBS News
Daily Telegraph
Examiner.com
Guardian
Manila Bulletin Publishing Coporation
The New York Times
A uniban perdeu tudo. Ate a maiuscula.
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